Alexandre de Moraes disse em entrevista ao O Globo que golpistas do oito de janeiro queriam enforcá-lo. Disse como se fosse um plano arquitetado meticulosamente por um grupo fechado, com algum tipo de monitoramento da própria Abin, a agência de Inteligência nacional. Não deu mais detalhes. Essas pessoas foram identificadas, presas? Uma autoridade da Polícia Federal disse que se trata de diálogo estapafúrdio de pessoas em redes sociais. Eu recebo diariamente ameaças de morte e de agressão em redes sociais. Esse tipo de pessoa tem nome e todo mundo conhece: hater. É o tipo ofensivo e agressivo de rede social. Nem por isso nunca abri um inquérito para desbaratar um suposto esquema de homicídio ou pedi para investigar uma rede conspiratória contra minha pessoa. Ninguém normal abriria. Mas o ministro Alexandre insiste há cinco anos no Inquérito das Fake News que existe uma rede conspiratória contra a democracia, financiada e articulada em grupos organizados que promovem ataques a pessoas e à própria democracia para promover uma ditadura do tipo que perseguiria gays, negros e mulheres. Para corroborar essa tese, cria histórias estapafúrdias, como a da forca de haters, como se fosse um plano golpista geral de um grupo. Um grupo que promoveria mentiras, fake news contra pessoas e instituições para desestabilizar a democracia. As mentiras? Do tipo: Lula ladrão, apoiador de aborto, amigo e financiador de ditadores; STF que soltou corruptos presos da Lava Jato a terminar por soltar o próprio Lula, condenado por uma dezena de juízes em três instâncias, tendo sido apoiado pela Justiça Eleitoral durante a eleições — isso tudo, claro, segundo o que o Supremo diz ser mentira. Ainda também tem um ou outro meme que, entre outras, comparava a ex-deputada Joice Hasselmann com a Peppa Pig. Tudo isso para preparar um brutal ataque articulado à democracia através de mentiras e ataques às instituições e à soberania nacional. Julgue o leitor se tudo isso é realmente fake news ou o golpe da realidade de uma tirania para sufocar a verdade.
A entrevista da forca foi dada à Rede Globo para reforçar a ideia do suposto golpe arquitetado contra a democracia no oito de janeiro de 2023. Aquele golpe de 3 mil pessoas meio tontas que invadiram — com amplo descuidado talvez calculado das forças de defesa do governo — a praça dos Três Poderes sem nenhuma arma na mão e munidos de Bíblias e bandeiras. Com base na narrativa do STF de que há um grupo antidemocrático articulado em redes sociais, o Supremo Tribunal Inquisitorial tem censurado, arrancado contas de bancos, prendido, arruinado pessoas. Nada se provou. O famigerado Inquérito do Fim do Mundo, em que cabe tudo e qualquer coisa, segue em segredo. Em segredo segue a causa de acusação de pessoas que não têm acesso ao que estão sendo acusadas. Fica a nítida impressão de que por mero crime de opinião. Contestou a lisura do processo eleitoral, vai preso e censurado. Contestou a lisura do processo da soltura de Lula da cadeia, censura. Contestou a lisura de cada ministro do Supremo Inquisitorial, corre-se o risco de censura, prisão e ruína pessoal. A ideia do STF com a rede globo parece ser a seguinte: criminalizar todo aquele que eles acham ser “bolsonarista”, a quem quer que desconfie de que, na verdade, golpe houve quando liberaram e elegeram Lula presidente — bem como soltaram todos os corruptos presos pela Lava Jato. Querem criminalizar nesta equação metade da população brasileira. Ou pelo menos todo aquele que se manifestar contra a lisura destas pessoas que representem a Justiça Suprema. Pra isso vale até contar história de forca de hater de rede social como plano mirabolante de um grupo gigantesco e organizado ligado ao governo Bolsonaro.
Concomitante à conversa atravessada da forca de Alexandre, concomitante à conversa de ações golpistas coordenadas por grupos de direita, descobriu-se recentemente o avesso. Há aquilo que se chama de “gabinete do ódio”, articulado do outro lado: da parte da esquerda. O nome da cabeça do tal gabinete? Mynd, a cabeça da hidra.
Vamos aos detalhes:
Com o caso do suicídio da menina Jessica, vítima da infâmia do site de fofoca Choquei e de outros 34 sites de fofoca de que teria um affair com Whindersson Nunes, descobriu-se que a Choquei não estava sozinha no mercado dos calúnias, difamações e cancelamentos. A Mynd, rede de promoção de outros sites e influenciadores, opera toda uma movimentação de assuntos, temas, polêmicas coordenadas para promover seus clientes ou para massacrar e arruinar pessoas, girando pelas mais múltiplas temáticas, passando por fofoca, arte, entretenimento até o mercado da política. A Mynd é uma rede notoriamente voltada à esquerda. Seus clientes, quase todos os influenciadores pseudoprogressistas do país, vão desde Gina Indelicada, Bela Gil, Gil do Vigor, Luísa Sonza, Pablo Vittar e inúmeros outros. Ao todo, tem quase 1 bilhão de seguidores pelo Brasil e no mundo. Notícias e assuntos em bloco são sugeridos a sites e influenciadores para que criem engajamento e façam com que todas as redes repliquem de forma artificial os assuntos, as fofocas e os ataques e cancelamentos que a Mynd quer que você, telespectador, comente e engula. Um exemplo? Eu, eu mesmo. Este autor que vos fala, Adrilles Jorge, foi caluniado pela Choquei quando este site disse de maneira taxativa que eu era um nazista porque tinha dado um “tchau” num programa em que falei meia hora contra o nazismo. A Choquei e outras subsidiárias e influenciadores da Mynd correram para dar exatamente a mesma notícia, a mesma calúnia, a mesma infâmia, tudo de maneira coordenada.
Um conluio perfeito entre interesses do governo federal, da Rede Globo, que também opera com a Mynd, e de influenciadores sem talento, que querem se projetar por ideopatia. Algo que traduz perfeitamente a ocupação artificial da esquerda em todas as esferas da cultura para imporem sua agenda. Artistas medíocres são alçados à fama por causa de suas posições ideológicas, repetindo como papagaios os assuntos impostos pela Mynd. Pessoas são canceladas, massacradas ao toque de uma sugestão da Mynd para que todos ganhem cliques e likes. Nas eleições, todos estes sites e influenciadores fizeram campanha em massa para o PT, demonizando o que chamavam de bolsonarismo fascista que queria transformar o Brasil em uma ditadura que persegueria gays e mulheres e negros. E cancelando quem pensasse diferente, como o caso deste colunista que vos fala. Assim opera o verdadeiro gabinete do ódio que manipula e mente, produzido pela Mynd.
Escancarada pois a realidade de um gabinete fechado, que movimenta opinião e direcionamento de pautas e que segue uma determinada ideologia para construir artificialmente assuntos nacionais. Até aí nada de ilegal. Ilegal é quando se usa de mentiras para caluniar e difamar pessoas. Foi o que aconteceu comigo. Foi o que ocorreu no caso da jovem Jéssica Canedo, caluniada a ponto de tirar a própria vida. O costume era de arruinar vidas a ponto de matar virtualmente, não pessoalmente. A irresponsabilidade e a leviandade da Choquei e da Mynd levaram à morte de uma pessoa. Por isto não esperavam. Mas talvez a Mynd e a choquei esperem pelo silêncio ou mesmo pelo apoio das autoridades. Já tem o apoio irrestrito da Globo, que defendeu a empurra dos “ataques da extrema direita”. A Rede Globo, que quase nada comentou da morte de Jessica. Afinal, o STF, a Rede Globo, a grande mídia endossam a inversão da realidade, promovida pelas autoridades vigentes de nossas instituições. Enforcam a realidade para encobrirem uma realidade sombria. Enforcam a democracia e a liberdade de expressão, dizendo que salvaram a democracia a liberdade. O Brasil vive uma realidade enforcada pela imprensa e suas autoridades.
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