O Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul deu
novo parecer no recurso interposto pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Os advogados dele queriam sustentar a falsidade de documentos
apresentados pela Odebrecht e pelo próprio MPF. No parecer, o ministério diz
que a palavra do ex-advogado da Odebrecht Taclan Duran não merece valor porque
ele foi acusado de crimes graves e teve a prisão decretada.
Disse o MPF do RS:
- A prova pericial foi inconclusiva sobre a falsidade
dos documentos submetidos à perícia e a prova testemunhal em nada contribui
para elucidar a questão, razão pela qual deve ser mantida a sentença que julgou
improcedente o incidente de falsidade. Não é imprescindível
a oitiva de testemunha residente no exterior, que responde a crime de lavagem
de dinheiro e que se encontra foragida, desprovida de qualquer outro elemento
de corroboração.
Em maio, a defesa de Lula sustentou em recurso que o
depoimento de Tacla Duran é necessário para comprovar que documentos
apresentados pelo MPF e pela Odebrecht no processo que trata de um suposto
imóvel destinado ao Instituto Lula foram adulterados e não podem servir de
prova.
Vale ressaltar que, em junho, o ex-advogado da Odebrecht
Rodrigo Tacla Duran afirmou, em audiência na Câmara dos Deputados, que Lula
teve seu direito de defesa cerceado, porque o testemunho dele foi negado.
"Não querem me ouvir porque têm medo do que eu tenho a dizer", disse
Tacla. Na ocasião, ele disse que a Justiça não o deixará falar
sobre processo algum porque ele revela o esquema de venda de proteção na
Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
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