Programação internacional reuniu 750 profissionais em
dois dias de palestras e debates no Hospital Moinhos de Vento.
Lidar de forma humana, transparente e profissional com
situações delicadas que surgem no ambiente hospitalar é indispensável na área
assistencial. Para debater o assunto e promover boas práticas, o Hospital
Moinhos de Vento convidou enfermeiros e técnicos de Enfermagem, além de
representantes de outras instituições de saúde, para o V Simpósio Internacional
de Enfermagem. Reunindo um público de cerca de 750 pessoas, o evento ocorreu
nesta quinta (9) e sexta-feira (10) no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm, como
parte das comemorações do Dia do Enfermeiro (12) e do Dia do Técnico em
Enfermagem (20).
Para o superintendente Executivo do Moinhos de Vento,
Mohamed Parrini, foi uma oportunidade para ampliar o conhecimento e qualificar
ainda mais o cuidado na instituição. “Temos isso como marca do nosso trabalho.
O propósito de cuidar de vidas está no nosso DNA”, afirmou. Fortalecer o
envolvimento com os colaboradores também foi um dos objetivos do simpósio,
segundo a superintendente Assistencial, Vania Röhsig. “Em um momento que
campanhas internacionais como Nursing Now valorizam o papel dos profissionais
da Enfermagem, é muito importante realizarmos este tipo de evento”, pontuou.
Comunicação na gestão de conflitos
Entre os destaques da programação, a enfermeira
norte-americana Wilma Berends, da Johns Hopkins Medicine International, falou
sobre gestão de conflitos e como conversas podem ser usadas de forma assertiva
e transformadora. “Há várias causas de conflitos. É importante analisar bem os
fatos, métodos, valores, cultura e experiências do grupo”, disse. Ela ainda
reforçou a importância da comunicação nesse processo, chamando atenção para o
cuidado de interpretar a situação antes de tomar qualquer atitude.
O primeiro dia do Simpósio ainda abordou o manejo de
situações difíceis, como a notícia de um falecimento e a conversa com
familiares sobre doação de órgãos. Essas e outras realidades delicadas da
profissão foram aprofundadas pela coordenadora Assistencial do CTI Adulto,
Daiana Barbosa. “O que eu posso fazer para ajudar uma família na dor?
Precisamos estar preparados e agir de forma humanizada, olhar para as pessoas
de forma verdadeira”, recomendou.
A programação ainda apresentou o relato do caso Julia
Lima, a partir da explanação do pai, Francisco Cruz Lima. As considerações
sobre a morte da jovem, então com 27 anos, foram transformadas em protocolos de
segurança que, hoje, são aplicados em hospitais de todo o Brasil. Na sequência,
foi realizada uma conversa sobre eventos adversos e atuação no Hospital Moinhos
de Vento, com Aline Brenner (coordenadora de Qualidade e Segurança), Lia Leda
(advogada e gerente jurídica) e o médico Paulo Schmitz (chefe do Serviço de
Emergência).
O dia encerrou com palestra da coordenadora de
Experiência do Paciente, Mariana Moraes. Ela apresentou tendências da saúde
4.0, com a aplicação de realidade aumentada, telemedicina, internet das coisas
e big data. E abriu uma reflexão: "A diferença entre o serviço e a
hospitalidade está no sentimento. O que a marca deixa?", questionou.
Engajamento dos colaboradores
No segundo dia de debates, foram apresentados métodos
para empoderar o paciente e qualificar os serviços prestados pela equipe
hospitalar. Vania Röhsig conduziu a conversa com Rita Michel, diretora e coach
executiva da Oficina Empresarial – Desenvolvimento, e Wania Baia, diretora
Assistencial do Hospital Sírio-Libanês.
Rita detalhou a mentoria para o alcance de resultados –
frisando que o termo não significa tempo de vida, mas expertise. “Mentoria é
gerar conexão com o outro, através da relação bem construída. É um crescimento
sustentável capaz de alterar a perspectiva do que acontece. Para os pacientes,
gera experiência no cuidado, aumento no nível de satisfação e fortalecimento da
conexão”, ressaltou.
Para Wania, o papel da liderança é essencial na melhoria
do desempenho das equipes. “O gestor não precisa ter o conhecimento das
melhores técnicas de todos os processos. O verdadeiro sucesso na carreira está
na habilidade de lidar com as pessoas. A captação e retenção dos profissionais
está cada vez mais difícil, por isso é fundamental entender suas necessidades e
acolhê-los”, finalizou.
Destaque nacional
Durante a programação, o presidente do Conselho Regional
de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS), Daniel Menezes de Souza,
salientou a excelência da Enfermagem do Moinhos de Vento. Em março, a
instituição recebeu o selo de qualidade do Conselho Federal de Enfermagem
(Cofen) – sendo o único hospital no Sul do país com esse reconhecimento.
"Além da certificação, o Moinhos conquistou a melhor pontuação do país no
Programa Nacional de Qualidade do Cofen. É um orgulho para todos”, comemorou.
Gerente de Enfermagem do Moinhos de Vento, Rubia Maestri
considerou o simpósio uma oportunidade significativa para compartilhar
conhecimento. "São momentos como este que atualizamos práticas e recebemos
melhorias que mudarão o tratamento aos pacientes, para que eles tenham os
melhores resultados possíveis.”
O simpósio encerrou com a entrega do Prêmio Dania, que
homenageou profissionais que se destacaram por uma prática profissional
exemplar e modificaram positivamente a experiência dos pacientes no Moinhos de
Vento.
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