A sucessão de entrevistas e discursos do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva desde que deixou a carceragem da Polícia Federal em
Curitiba demonstra que os 580 dias em que permaneceu preso em nada lhe serviram
para refletir sobre seus erros e os de seus correligionários nos 13 anos em que
foram senhores do raio e do trovão no Brasil. Ao contrário. Após sair da
cadeia, Lula reassumiu as rédeas do PT e imprimiu um tom em suas falas que não
deixa margem para outra conclusão. A corrupção desabalada e a caótica gestão de
Dilma Rousseff, sua sucessora – que levou o país a ter uma inflação acima de
10%, Selic a 14,25% ao ano e desemprego de 13,7% –, parecem ter sido apagadas
da memória pelo ex-presidente. Prefere repetir a cantilena de que é um
perseguido político e dá sinais de que busca uma revanche.
Se o ex-presidente prosseguir com uma entonação mais
radical e continuar resistindo a uma autocrítica, dificilmente conseguirá
recuperar a confiança do brasileiro médio
Ajudado pela conjuntura internacional, quando o mundo
vivia o superciclo das commodities, Lula fez um primeiro governo que, de fato,
permitiu acreditar que seria possível uma aproximação do país aos patamares de
desenvolvimento de nações do Primeiro Mundo.
Mas, aos poucos, a irresponsabilidade fiscal, o escândalo
do mensalão e o butim da Petrobras, joia da coroa das estatais pilhada por
piratas de diferentes partidos aliados, abateram os sonhos dos brasileiros.
Até hoje, passado o governo Michel Temer e perto de um
ano de Jair Bolsonaro no poder, quase todas as iniciativas que partem do Planalto
em termos econômicos são para tentar consertar os estragos legados pela maior
parte do tempo em que o Partido dos Trabalhadores governou o país. Inchaço da
máquina pública, reajustes exorbitantes para salários já altos de setores
privilegiados, apoio a ditaduras como a da Venezuela e até a insistente taxa de
desocupação na casa dos dois dígitos são alguns dos feitos e heranças.
Se o ex-presidente permanecer convicto nos erros do
passado, agarrado ao estilo caudilhesco e populista e fiel a pensamentos
anacrônicos, não trará qualquer resquício de contribuição positiva para o país.
Vale o mesmo para os velhos companheiros e seguidores apanhados na teia da corrupção.
Lula pode até reacender os ânimos da militância, como no discurso que deve
fazer hoje na abertura do Congresso Nacional do PT, mas, se prosseguir com uma
entonação mais radical e arrogante em seus posicionamentos e continuar
resistindo a uma autocrítica, dificilmente conseguirá recuperar a confiança do
brasileiro médio e dos eleitores de centro. Estará condenado, desta vez, ao
isolamento político.
É o que esperamos. O isolamento total!
ResponderExcluirAlém desse boçal, temos os presidentes da câmara e do senado em acordo para melar a aprovação de prisão em segunda instancia.
Parece-me me que o (outrora) grande jornal de vocês portoalegrenses acabou -como diríamos antigamente- de descobrir a pólvora.
ResponderExcluirPsiu... silêncio... deixa quieto... Que continue assim, vai sumir do mapa.
ResponderExcluirdeixa esse traste se auto destruir
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