Os registros de assaltos a ônibus em Porto Alegre caíram
78% nos últimos quatro anos, desde a criação da Força-Tarefa de Combate a
Roubos no Transporte Coletivo da Capital. Os dados são dos consórcios e da
Carris e foram divulgados na última reunião do ano do Fórum do Transporte
Seguro, no Auditório da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
Informações da Brigada Militar e Policia Civil também refletem o resultado
positivo do alinhamento entre os envolvidos no combate a essas ocorrências.
O número de assaltos a ônibus passou de 855, de janeiro a
novembro de 2016, para 185 no mesmo período em 2019, 78% a menos. O secretário
extraordinário de Mobilidade Urbana de Porto Alegre, Rodrigo Tortoriello,
parabenizou os envolvidos e destacou que o resultado auxilia o Projeto de
Priorização do Transporte Coletivo do município. “Somado a esse fator, estamos
trabalhando com o prefeito Nelson Marchezan Júnior diversas medidas de retomada
de priorização do transporte. É uma satisfação chegar ao fim do ano e saber que
todo o esforço vai pelo mesmo caminho, que é prestar o melhor serviço à
população de Porto Alegre.”
O Chefe do Estado Maior do Comando de Policiamento da
Capital (CPC), Tenente Coronel Danúbio Lisboa, destacou a importância da
integração de informações e ações para os resultados obtidos. “Não adiantava só
a Brigada Militar prender, a Polícia Civil fazer a parte da investigação, a
EPTC melhorar o sistema. Hoje, com o sistema integrado, conseguimos diminuir
drasticamente o número de assaltos a transporte coletivo em Porto Alegre".
Conforme Lisboa, a efetividade das medidas implementadas decorre do
aprimoramento das estratégias. "Nós temos horários de pico, temos zonas
específicas, então a ação é naquele local, ela é mais pontual, e isso faz com que
ela seja mais efetiva”, complementa.
A Guarda Municipal reforçou o efetivo em alguns terminais
de ônibus, em determinados horários que foram identificados como mais
sensíveis. “O trabalho da segurança pública começa fracassado se uma só
instituição entender que vai trazer para si a responsabilidade, então nada vai
funcionar se não houver uma integração entre os órgãos, independente da esfera
de governo”, relata Franklin dos Santos Filho, chefe de equipe operacional da
Guarda.
As informações da Polícia Civil demonstram que, desde o
início da atividade, em março de 2016, foram presos mais de 308 indivíduos
envolvidos na prática de roubos ao transporte coletivo, uma média de sete
prisões mensais. De janeiro a novembro deste ano, já são 74 presos e outros tantos
monitorados, aguardando a decretação das prisões. Segundo o delegado Daniel
Mendelski, da Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos em Transporte Coletivo
(DRTC), em números absolutos, são registrados muito mais roubos de carro em
Porto Alegre do que assaltos a ônibus. “Podemos dizer que é mais seguro andar
de ônibus do que de carro em Porto Alegre. A redução é fruto de um trabalho
integrado com as forças de segurança, EPTC, empresas, das tripulações que vêm
auxiliar nos reconhecimentos e nos depoimentos. Todo mundo se ajudando, a
pessoa que deseja cometer o crime acaba não obtendo o sucesso esperado”, avalia
o delegado.
Fórum do Transporte Seguro - O fórum é uma iniciativa
pioneira no Brasil, resultado da criação de uma força-tarefa em 2016, em razão
do alto número de assaltos à ônibus e lotações. Integram o grupo o Ministério
Público, a Polícia Civil, Brigada Militar, Empresa Pública de Transporte e
Circulação (EPTC), Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação
(ATL), Guarda Municipal de Porto Alegre e Sindicato dos Rodoviários e
Consórcios das Empresas de Ônibus.
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