De um modo geral, analistas avaliaram os novos números do
IBC-Br como comprovação de uma firme tendência de recuperação econômica.
A expectativa de um bom fim de ano, com o consumo
animando a economia, foi reforçada com a divulgação dos dados de outubro do
Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). O indicador subiu
0,17%, na terceira alta mensal consecutiva, e ficou 2,13% acima do nível de um
ano antes. O mercado apostava em resultado mais alto, mas, apesar disso,
recebeu a novidade como um bom sinal. Informações já publicadas sobre a
produção industrial, o mercado de serviços e a evolução do varejo haviam
apontado a continuação da retomada no quarto trimestre. A mediana das
expectativas coletadas pela Agência Estado havia sido 0,25%.Os analistas, no
entanto, de modo geral avaliaram os novos números do IBC-Br como comprovação de
uma firme tendência de recuperação econômica.
O indicador do Banco Central, publicado mensalmente, é
usado como prévia do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado a cada três meses
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora baseada em
um conjunto limitado de informações, essa antecipação ajuda os economistas a
compor suas apostas. As avaliações continuam positivas e as projeções de
algumas instituições financeiras e consultorias já apontam crescimento
econômico de 1,2% neste ano. No começo da semana, a mediana das projeções para
2019 estava em 1,10%, pouco acima do nível atingido na semana anterior, 0,99%.
Quatro semanas antes ainda se estimava uma expansão de 0,92% para o PIB.
Em outubro houve crescimento de 0,8% na produção
industrial, 0,8% na de serviços, 0,1% nas vendas do varejo restrito e 0,8% nas
do varejo ampliado (com veículos, autopeças e materiais de construção), segundo
o IBGE. A produção da indústria teve a terceira alta mensal consecutiva, mas
ainda acumulou queda de 1,3% em 12 meses. Além disso, a comparação dos dados de
janeiro-outubro com os de um ano antes mostrou recuo de 1,1%.
Os números da indústria são o detalhe mais preocupante
quando se examina o avanço da atividade. Em outubro o setor industrial
continuou exibindo os efeitos do baque do ano passado, quando seu desempenho
foi severamente prejudicado pelo bloqueio de estradas e também pela incerteza
quanto às eleições e à política do governo seguinte.
Esses obstáculos também complicaram o retorno, já
demorado, aos níveis de atividade registrados no início do primeiro mandato da
presidente Dilma Rousseff. A recuperação do setor, especialmente da indústria
de transformação, é um desafio crucial para o êxito da política econômica e
para a consolidação do Brasil como país digno de ser classificado como economia
emergente. Os sinais de aceleração industrial são animadores, mas é difícil
dizer, por enquanto, como estará o impulso no primeiro trimestre do próximo
ano.
Apesar de alguma divergência, o IBC-Br e o PIB oficial
têm coincidido num ponto muito relevante para a avaliação das perspectivas. Nos
dois cenários, o ritmo do crescimento se mantém perto de 1% ao ano – e quanto a
isso também se aproximam da percepção dos analistas do mercado.
Nos 10 meses de janeiro a outubro, segundo o indicador
recém-divulgado pelo BC, o nível de atividade foi 0,95% mais alto que em igual
período de 2018. Em 12 meses o crescimento acumulado ficou em 0,96%. A
comparação do trimestre de agosto a outubro deste ano com o do ano passado
mostrou avanço de 1,16%.
O crescimento em 2018, último ano do governo anterior,
chegou a 1,3%, segundo a revisão recém-publicada pelo IBGE. As projeções para
este ano estão pouco a pouco chegando perto desse número. O entusiasmo dos
analistas diante dessa possibilidade é facilmente explicável, quando se leva em
conta o desempenho do País no primeiro semestre.
As estimativas para 2020 andam em torno de 2,20%.
Elevando para R$ 998 o limite de saque do FGTS o governo reforça o estímulo ao
consumo. Juros básicos em seu menor nível devem ajudar. Se o otimismo
persistir, o crescimento poderá passar de 2,20%, consolidando a superação da
crise, mesmo com o presidente olhando para outro lado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário