Entrevista completa com Roberto Rachewsky

 1. Quem é o Grego:

O grego é Aristóteles, o filósofo que deu corpo e alma à civilização ocidental há mais de 2300 anos, dando identidade ao indivíduo, transformando-o numa unidade particular e colocando-o no centro do universo. 2. Quem é o frade? O italiano Tomás de Aquino, filósofo e teólogo, que difundiu a filosofia aristotélica e definiu os limites que separam a razão e a religião, salvando o catolicismo do desaparecimento, mas abrindo as portas para o Renascimento e o Iluminismo. 3. Quem é a heroína? A russa naturalizada americana Ayn Rand, filósofa e escritora que criou a filosofia do Objetivismo, com a qual responde com precisão questões existenciais, seja sobre teoria da existência, do conhecimento, sobre ética, política e estética., ramos que compõe qualquer filosofia que queira ser um sistema completo. Ayn Rand fugiu da Rússia Soviética com 21 anos, refugiando-se nos Estados Unidos onde teve uma carreira de sucesso.


4. Do que trata o livro? É uma dissertação sobre história e filosofia e como essas duas ciências se entrelaçam retrospectivamente. Falo da modernidade, seus paradoxos, sobre os personagens da capa e outros que participaram da história ocidental em geral e do Brasil em particular. Tem também um capítulo autobiográfico.

5. Já tens outros livros publicados?

Tenho participação como co-autor em dois livros:

No best-seller "Ayn Rand, devaneios do coletivismo", da editora LVM; e "Introdução ao Liberalismo" da editora Almedina. Todos disponíveis na Amazon e livrarias tradicionais. 6. O lançamento é aberto ao público? Sim, o lançamento ocorrerá no dia 26/04, às 19 horas, é aberto ao público e faz parte dos eventos que celebram a inauguração da Livraria Santos e do Pontal Shopping, onde ela está localizada. 7. O livro tem 172 páginas e conta com prefácio do empresário Winston Ling e posfácio do cientista político e jornalista Fernando Shüler. O preço sugerido é de R$ 49,90 na versão física. 8. Qual a tua atividade principal? Sou empresário há quase 50 anos, há 30 atuando no ramo de comércio exterior, e agora sou também escritor. Roberto Rachewsky, 68 anos, nascido em Porto Alegre, co-fundador e ex-presidente do Instituto de Estudos Empresariais, do Instituto Liberdade e do Instituto Atlantos, entidades criadas para educar gerações através da difusão das ideias liberais. Abração! 

John Locke propôs. James Madison e Thomas Jefferson construíram, o muro institucional que separou estado e religião, tornando ilimitado o campo de ação da nossa consciência e da nossa expressão.

Seja através de estórias parabólicas ou da simples constatação da realidade através do olhar científico escrutinado por silogismos ótimos, a defesa da liberdade em geral e da liberdade religiosa é o que temos em comum neste palco. 

Nosso compromisso eterno é mostrar que estamos atentos ao que dizia Lord Acton: “Em todos os tempos, os amigos sinceros da liberdade foram raros, e seus triunfos foram devidos às minorias, que prevaleceram associando-se a auxiliares cujos objetivos muitas vezes diferiam dos seus; e essa associação, que é sempre perigosa, às vezes foi desastrosa, dando aos oponentes motivos justos de oposição e acendendo disputas sobre os despojos na hora do sucesso.” Ora, Liberdade implica em responsabilidade, não o contrário.

Os indivíduos devem ser livres para agir de acordo com o seu próprio julgamento. Com aquilo que constroem livremente em suas mentes na forma de ideias, que incluem princípios e ideais que buscam guiá-los na árdua tarefa de identificar, criar e manter os valores materiais, intelectuais e espirituais que permitirão realizar seus propósitos de vida e alcançar a felicidade que melhor lhes aprouver, de acordo com o significado que cada um der a sua existência.

Liberdade religiosa demanda a separação absoluta entre estado e religião. Religião é um assunto privado. Ninguém pode ser impedido nem obrigado de praticar uma. Como eu nunca fui impedido de ser, nem obrigado a ser, um ateu.

Por sinal, a separação absoluta entre o estado e a religião, deveria se estender a outras áreas da atividade privada e produtiva dos indivíduos, quando estão agindo para criar, produzir e comerciar o que a criatividade, a engenhosidade, a ganância e as virtudes humanas podem materializar para benefício próprio e de terceiros interessados.

Sim, sou ateu mas não sou cínico. Acredito, por convicção própria, na realidade, nas ideias abstratas baseadas em evidências materiais corroboradas pela lógica. Reconheço a existência, a lei da identidade e a consciência, como verdades metafísicas axiomáticas. Não sou subjetivista. Vejo o mundo com objetividade. Não existe dicotomia entre corpo e mente e a razão é um absoluto, como diria Ayn Rand, a heroína. 

Sou intolerante com as ideologias niilistas, com o pós-modernismo que visa destruir a linguagem e nossa capacidade cognitiva de lidar com conceitos ancorados nos perceptos da realidade, impedindo-nos de formar integrações válidas e cognoscíveis. 

Eu prezo, como ser racional, a mais importante das nossas características: a de possuirmos livre arbítrio para escolhermos focar nossa mente, pensar e agir exercendo e defendendo o inalienável direito moral à vida e seus corolários, os direitos à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade sob os olhos da justiça.

Sim, da justiça. Sim, do mérito. Se aqui se fez o mal, que aqui e agora se pague. Se aqui se fez o bem, que aqui e agora se receba um bem em troca. 

Quando se sabe que religião é uma arte revelatória e dogmática e o estado é força bruta, teme-se que liberdade religiosa possa parecer uma contradição nos termos. Daí a necessidade de separar estado e religião para que a aceitação do que prega a religião seja exclusivamente voluntária.

Aos que, como eu, idealizam a vida em sociedade, que entendem que liberdade no contexto social nada mais é do a ausência de coerção, que o estado tem como exclusiva finalidade proteger os direitos do indivíduo, que eticamente é um fim em si mesmo, munido de racionalidade, autoestima e autointeresse e por isso não pode estar sujeito ao dever, à obediência e à servidão para satisfazer, altruisticamente, entes como a família ou a sociedade, não resta nenhuma alternativa. 

O único sistema social que permite a liberdade individual, a propriedade privada, o estado de direito e o livre mercado é o capitalismo.

A história é clara, o florescimento e prosperidade da humanidade tem relação inversa com a mentalidade religiosa, dogmática. A visão mística de mundo, a fé, a ética altruísta e as relações promíscuas entre a igreja e o estado, foram desastrosas para a humanidade. Da mesma forma, em escala ainda maior, o foram quando os místicos seculares tomaram o estado de assalto e praticaram todos os tipos de barbaridades.

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