Sabemos que essa tragédia das inundações e
destruição que aconteceu agora, em várias cidades
do RS, se repetiu a 83 anos atrás, e poderá acontecer
de novo, ainda mais se não atacarmos a causa
principal.
Presumimos que o ser humano evolua com o
passar do tempo, porém nesses últimos 83 anos não
constatamos ações que corroborassem com essa
presunção e que pudessem amenizar ou estancar
essa tragédia ocorrida e recorrente.
Portanto, temos que trabalhar para que não
aconteça novamente, não nessa magnitude e nem
pelos mesmos motivos já conhecidos. Também
sabemos que a natureza sempre foi instável e cíclica,
mesmo com a preservação ambiental que tínhamos
a 83 anos atrás, ela veio, e agora com o panorama
totalmente diferente da época.
Ações e comentários que presenciamos nos dias
de hoje, como bombeamentos, diques etc, são
importantes, porém paliativos, que ajudam e
amenizam as causas, não estancá-la. Porém temos
que atacar a causa principal, que é: Porque a água
do Guaíba demora a chegar ao seu destino, escoar
para o mar, pelo menos demora 1 semana para
sentirmos o seu reflexo (com variação de nível) na
sua foz, de Porto Alegre a Rio Grande (Fig. 04 abaixo)
Tivemos ações paliativas, como o muro da Mauá,
que além do custo do empreendimento, tivemos um
custo maior ainda, de nos cercear do convívio da
belíssima orla. Sim, o muro da Mauá, demonstrado
nas Fig. 1, 2 e 3 abaixo, não adiantou de nada. A
cheia de agora, que subiu mais 66cm em relação da
primeira, alagou igualmente os dois lados.
Mas esse acréscimo de nível que tivemos agora,
foi principalmente pela negativa dos órgãos em
mantermos uma dragagem constante nos leitos do
Guaíba e da Laguna dos Patos. Essa informação, da
negativa de dragagem, a população tomou
conhecimento pelo menos a 15 anos, quando houve
a famosa crise da construção civil, onde faltava areia
para obras da época, e as dragas já não poderiam
atuar nessas áreas.
Temos que aproveitar essa crise, e transformála em oportunidades. Queremos evitar novas cheias,
e isso demanda ações grandiosas, como abertura de
um canal e construção de 2 eclusas com comportas
automatizadas que possam operar em sincronismo
com as demais, nos afluentes da bacia.
Ainda, com ações dessa magnitude, poderemos
ainda, recuperar a economia Gaúcha, com a
reativação do fluxo naval (Que é um dos transportes
mais baratos) no abandonado porto de Porto Alegre,
e os demais como o de Estrela.
Quando buscamos soluções, temos que focar no
objetivo principal, buscando agregar melhorias
possíveis ao projeto, tais como:
1) Primordialmente, impedir o
transbordamento do Guaíba, com a
abertura de um canal na laguna dos
patos, estreito de São Simão
(aproximadamente 17km de extensão.
Fig. 5 e 6 abaixo), o qual atuará como
extravasor efetuando o equilíbrio de
nível do Guaíba/Laguna dos Patos.
Nesse Canal, construir uma eclusa para
embarcações de grande porte, com
comportas automatizadas, para então
efetuar o fluxo naval, encurtando em
torno de 600km com o resto do País;
2) Dar ênfase e reativar a atividade
portuária de Porto Alegre e Estrela, com
a reativação das dragagens nos canais
de navegação e leitos dos principais
afluentes;
3) Construção de outra eclusa, com
comportas automatizadas junto ao
estreito de ITAPUÃ, que fará o controle
do nível do Guaíba, propiciando a
manutenção do abastecimento de água
potável da região metropolitana em
épocas de estiagem, assim como o
ecossistema que também depende
desse nível de água, e também a
navegação de navios, que não ficarão
prejudicados em épocas de estiagem;
4) Criar um sistema coordenado com a
meteorologia, possibilitando a abertura
sincronizada das comportas de
barragens que compõem todos os
afluentes da bacia, com no mínimo 12
horas de antecedência das
precipitações que significam uma
preocupação ao sistema (Ex.
precipitações maior que 50mm).
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