Análise, equipe econômica do Bradesco - Demissões crescem em ritmo mais forte do que contratações
Demissões crescendo em ritmo mais forte que as admissões
têm explicado o aumento da taxa de desemprego nos últimos meses
- O desempenho recente do mercado de trabalho
indica uma piora das condições empregatícias, tanto em relação ao aumento
do desemprego como para o aumento da informalidade das contratações. A
estrutura longitudinal da PNAD Contínua (Pnadc) permite compreender melhor como
estão ocorrendo as transições no mercado de trabalho, tanto para a situação de
desemprego ou saída da população economicamente ativa (PEA), como para a
passagem do setor formal para o setor informal.
- De maneira geral, os resultados desse estudo apontam
que a aceleração recente da taxa de desemprego se deve principalmente ao
crescimento mais forte dos desligamentos em relação às admissões, enquanto que
até meados de 2015 esse crescimento estava atrelado à forte queda das
admissões. Além disso, o setor informal é o principal responsável pelos
desligamentos no mercado de trabalho.
- Parece também existir uma transição intermediária entre
o setor formal e a condição de desocupado ou fora da PEA, que é a transição
entre o setor formal e o informal. Ou seja, o trabalhador formal ao perder seu
emprego acaba muitas vezes recorrendo à contratação informal como uma
alternativa ao desemprego.
- Setorialmente, os desligamentos concentram-se em
setores tradicionalmente associados à contratação informal, tais como os
serviços domésticos, agricultura e pecuária, e construção.
Inflação ao consumidor na Colômbia deve ceder nos
próximos meses
- Após meses de expressivas altas, a inflação ao
consumidor na Colômbia desacelerou em agosto pela primeira vez em 32 meses. Em
agosto, o índice de preços ao consumidor registrou alta de 8,10% no acumulado
dos últimos doze meses, ante alta de 8,97% no mês anterior (na mesma base de
comparação).
- Dois fatores foram os principais responsáveis pela
melhora dos preços dos alimentos em agosto: 1) a normalização do transporte de
carga no país, com o fim da greve dos caminhoneiros no final de julho, após 45
dias, afetando especialmente os preços dos produtos in natura; 2) o término do
fenômeno climático El Niño, que alterou drasticamente o regime de chuvas e
afetou a produção local de alimentos desde o início do ano passado. O
comportamento dos demais subgrupos do índice de inflação da Colômbia não
apontou para descompressão tão pronunciada em agosto, de tal forma que o núcleo
de inflação (que exclui alimentos), registrou ligeira desaceleração, de 6,26%
para 6,10%.
- Para os próximos meses, esperamos continuidade da
desaceleração da inflação, em linha com: (i) maior descompressão dos preços de
alimentos, com a confirmação de colheita de boas safras agrícolas nos próximos
meses; (ii) a estabilização da taxa de câmbio, reduzindo a pressão de repasse
dos preços externos; (iii) a queda das expectativas de inflação, levando a uma
redução da inércia inflacionária; (iv) o esfriamento da demanda doméstica,
diante das sucessivas altas de juros desde meados de 2015 (chegando a um total
de 3,25 p.p.); e (v) o consequente aumento da ociosidade da economia, em
resposta à queda da demanda. Diante desse cenário, projetamos alta da inflação
ligeiramente abaixo de 7% neste ano, desacelerando até 4,5% no ano que vem.
Octavio de Barros
Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos -
BRADESCO
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