Com números do terceiro
trimestre, PIB do RS acumula alta de 2,7% no ano
Após
um primeiro semestre impulsionado pelos desempenhos da agropecuária e da
indústria, a economia do Rio Grande do Sul registrou variação nula no terceiro
trimestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado do
Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho no período entre julho e setembro foi
influenciado pela sazonalidade das principais lavouras do Estado, como soja e
milho, e também pela desaceleração de alguns segmentos da indústria, já
sinalizados nas últimas pesquisas nacionais do setor. No acumulado do ano, o
PIB do RS acumula alta de 2,7%, acima da variação do Brasil, de 1%.
O
resultado do desempenho gaúcho foi divulgado na manhã desta quarta-feira
(11/12) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à
Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag). Em relação ao
trimestre anterior, o PIB do Estado apresentou queda de 0,5%, influenciado pela
retração da agropecuária (-5,6%) e da indústria (-1,1%). Os serviços, nessa
base de comparação, cresceram 0,3% no período.
Números esperados
A
variação do terceiro trimestre, conforme os economistas responsáveis pelo
estudo, era esperada em virtude da base de comparação mais alta e do fim do
ciclo de vendas de alguns segmentos importantes, como o de máquinas e
equipamentos agrícolas, caminhões e veículos leves.
“A
expectativa é que o crescimento do RS no final do ano permaneça positivo e,
provavelmente, acima do avanço da economia brasileira. A retomada consistente
da economia, contudo, ainda está atrelada à recuperação sólida da economia
nacional, para a qual se espera crescimento de 2,2% no próximo ano”, avalia a
chefe da Divisão de Indicadores Estruturais do DEE, Vanessa Sulzbach.
Desempenho
por setor
Por
segmento da economia, a agropecuária (-2,5%) e a indústria (-1,6%) foram as
principais influências negativas no terceiro trimestre do ano, enquanto o setor
de serviços cresceu 1,4%, acima da média nacional, de 1% no mesmo período de
comparação.
Das
sete atividades que compõem os serviços, apenas o comércio (-0,8%) apresentou
queda. Os principais destaques no segmento foram os serviços de intermediação
financeira e seguros (+3,1%) e de transporte, armazenagem e correios (+2,1%).
Na
agropecuária, o terceiro trimestre representa o período do ano de menor peso da
produção agrícola nos números da economia. Dentre os produtos com safra
relevante entre julho e setembro, a cana-de-açúcar (-7,8%), mandioca (-7,3%) e
a laranja (-4,2%) registraram as quedas mais significativas.
Na
indústria, três dos quatro segmentos pesquisados apresentaram retração. A
construção (+2,2%) foi o único a apresentar números positivos – ainda assim,
abaixo do observado no Brasil (+4,4%). A indústria de transformação, com queda
de 2,1%, representou o maior impacto negativo por conta do seu peso na
atividade do Estado, com destaque para a baixa na produção de máquinas e
equipamentos (-7,5%), produtos químicos (-7%), produtos de borracha e material
plástico (-8,7%) e produtos alimentícios (-2,1%).
Em
virtude da variação negativa de atividades com grande peso na arrecadação
tributária, o volume dos impostos sobre produtos no RS apresentou queda de 1,2%
no trimestre, enquanto no país houve crescimento de 1,8%. O Valor Adicionado
Bruto (VAB) do Estado, ou seja, o resultado final de toda a atividade
produtiva, cresceu 0,2%, também abaixo da variação do país, que teve alta de
1,1%.
Acumulado do ano
Entre
janeiro e setembro, os números do Rio Grande do Sul mostram um desempenho acima
do registrado no Brasil (+2,7% ante +1% da economia nacional), com destaque
para a agricultura (+6,7%) e indústria (+3,3%). O setor de serviços registrou
expansão de 1,6% no período e a previsão em todos os segmentos é que a
tendência de crescimento acima da média nacional permaneça nos números finais
de 2019.
A
secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, destacou essa
recuperação anual da economia gaúcha e também a importância da divulgação dos
números como “forma de melhorar a gestão pública e auxiliar na elaboração de
políticas que permitam aprimorar o ambiente de negócios do Estado”.
Leany
valorizou ainda a agenda de reformas em andamento no Estado, que permitirá a
retomada dos investimentos.
“Apesar
do arrefecimento da taxa de crescimento no trimestre, a economia gaúcha
continua se destacando. Estamos trabalhando para que esse cenário de
crescimento econômico se fortaleça e, por isso, as reformas estruturais são
muito importantes para trazer de volta ao Estado um ambiente salutar a novos
investimentos”, concluiu.
Anexo, acesse um resumo do resultado do PIB
gaúcho.
Anexo, acesse a nota técnica com as
informações completas.
Texto: Vagner Benites/Ascom Seplag
Edição: Patrícia Specht/Secom
Edição: Patrícia Specht/Secom
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