O valor médio da cesta de consumo básica de alimentos de junho/22 reduziu em relação ao mês anterior em seis das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE. A queda no valor da cesta variou de -8,0% a -0,3% e nas duas cidades onde houve aumento, as variações foram em níveis inferiores aos verificados nos últimos meses, de 0,2% a 2,8%.
As maiores altas foram registradas em Belo Horizonte (2,8%) e Manaus (0,2%). Já Curitiba e Brasília registraram as maiores quedas, com -8,0% e -2,6%, respectivamente.
A cesta mais cara, apesar de queda em relação ao mês anterior, continua a ser a do Rio de Janeiro (R$ 881,15), seguida pelas de São Paulo (R$ 876,99) e Fortaleza (R$ 768,88). Por outro lado, as capitais Belo Horizonte (R$ 632,08), Manaus (R$ 666,69) e Brasília (R$ 685,94) registraram os menores valores.
Dos 18 produtos da cesta básica, cinco apresentaram aumento de preço em todas as capitais: leite UHT, margarina, manteiga, frango e massas secas.
Produtos que tiveram altas expressivas em algumas capitais foram leite UHT, massas secas, margarina, feijão e pão francês, dentre outros listados nas tabelas abaixo.
Todos os produtos listados acima apresentaram aumento de preços também no mês anterior em patamares mais altos, de modo geral, indicando que a inflação continua presente na maior parte dos produtos básicos, porém com leve desaceleração.
A exceção foi o leite UHT, que teve níveis de aumento superiores aos registrados em maio, mantendo a tendência de alta dos últimos cinco meses. Dentre as razões para sucessivos aumentos está a alta do preço internacional das commodities, especialmente do milho e da soja usados na alimentação das vacas, que têm elevado o custo de produção do leite e de seus derivados, como é o caso da manteiga. Além disso, houve queda na produção devido ao avanço do período de entressafra, que ocorre entre o outono e o inverno, reduzindo a oferta no mercado.
O preço do frango também tem sido afetado pela alta do preço do milho, usado na ração animal, elevando seu custo de produção.
Já o preço das massas alimentícias tem sido impactado devido ao aumento internacional do preço do trigo, decorrente da guerra entre Ucrânia e Rússia, que são grandes exportadores do produto.
Os problemas climáticos têm sido o principal motivo da alta de preço do feijão e do café, devido à quebra de safras e consequente redução da oferta no mercado, além de valorização no mercado internacional.
Dentre os produtos que registraram queda de preço em todas as capitais, destacam-se os legumes, em especial a cenoura, a cebola e a batata, que apresentaram redução expressiva de preço após vários meses de altas sucessivas. Frutas e verduras também tiveram comportamento semelhante de queda, na maior parte das cidades.
Além destes, os preços das carnes bovina e suína também retraíram em algumas capitais, dando um alívio para o consumidor de proteínas. O óleo de soja, que também foi um dos vilões da inflação nos últimos meses, apresentou redução de preço em várias cidades.
A variação acumulada no valor da cesta básica, nos últimos seis meses, ou seja, no ano de 2022, foi diferente entre as capitais, oscilando entre 8,2% em Brasília e 16,2% em Belo Horizonte.
Os alimentos que mais subiram de preço nos últimos seis meses, em praticamente todas as capitais, estão apresentados na tabela a seguir. Os legumes lideram a lista.
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