Artigo, Renato Sant'Ana - A sensibilidade fake do candidato

"Se Lula é operário, então Silvio Santos é camelô", diz G. H. Buchmann. Foi o que pensei, quando Lula, na propaganda política, veio com a lorota de que já sentiu a sensação de estar desempregado e que, por isso, compreende quem está passando por esse drama.

Desde 1972 (há 50 anos), Lula não precisa ralar para ganhar a vida. Ele tinha 27 quando virou sindicalista para viver sustentado pelos outros. Mas o pior é o que conta Romeu Tuma Junior em seu livro "Assassinato de reputações - um crime de Estado" (ed. Topbooks): no sindicato, Lula fazia jogo duplo, mentindo aos trabalhadores e favorecendo os patrões.

"Lula era o nosso melhor informante (...) nos prestava informações muito valiosas: sobre as datas e locais de reuniões sindicais, quando haveria greve, onde o patrimônio das multinacionais poderia estar em risco por conta dessas paralisações. (...) combinava as greves com empresários e avisava o DOPS. Muitas (...) eram para aumentar o valor de venda dos veículos (...) 'vamos repassar aos preços dos carros o aumento de salário obtido pela categoria que Lula comanda'", escreve Tuma.

José Nêumanne Pinto, em "O que Sei de Lula" (Ed. Topbooks), revela o que o próprio Lula contou: em sua curta vida laboral, para levar vantagens pessoais (leia-se "dinheiro"), Lula prestou-se a delatar (palavras dele) "camaradas menos aptos". Foi sempre uma vida de trairagem.

E qual é a dele agora querendo passar-se por pessoa sensível? Ora, essa empatia fake é para o eleitor esquecer que os 14 anos de PT no governo culminaram com a maior recessão da história do país e mais de 15 milhões de desempregados (nem a pandemia desempregou tanta gente!).

 

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.



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