A grande mídia e até mesmo a mídia de internet, mas igualmente quase todos os políticos, registram com economia de análises os 10 anos que abalaram o Brasil e que ainda não terminaram, tudo durante os quais a chamada maioria silenciosa saiu de casa e foi para as ruas, varrendo delas as esquerdas e acumulando conquistas políticas para impor suas bandeiras.
Pode-se dizer que tudo começou em junho de 2013, não propriamente pelas mãos da direita, mas pelas mãos da extrema esquerda, que foram as manifestações populares contra aumento das tarifas públicas. Foi aí que começou a mudar a mão do comando das ruas, porque a maioria silenciosa apropriou-se de bandeiras que não estavam sendo colocadas, mas já se mostravam mais do que necessárias, com ênfase para a insatisfação contra a política institucional: saúde, educação e anti-corrupção. Aos poucos foram sendo expulsos das ruas os black blocs, os psolicos mais enfezados e todos os tipos de renegados sociais e políticos.
Direita se apropriou dos protestos e a partir de 2015 mudou de mãos.
Em meados de junho, o caso das passagens foi ampliado e se estabeleceu uma pauta nacional de lutas políticas, mudando as consignas e os atores, com ênfase para a crítica ao governo Dilma, com ênfase para o combate à corrupção e à aplicação de recursos públicos na Copa de 2014, tudo já, também, no apoio à Lava Jato. Foi a eternizada consigna do Padrão Fifa.
Neste ponto a mídia passou a legitimar os protestos.
Mas a direita soube também usar a mobilização social e domina até hoje as redes sociais.
Dilma foi deposta, Lula foi preso e Bolsonaro capturou as consignas, foi eleito e governou com elas até ser deposto. O governo Bolsonaro fez a síntese do que as ruas reclamaram, reclamam e reclamarão: 1) Um governo que governe o governo sem corrupção, eficaz no ajuste das contas públicas e na gestão, promovendo o crescimento econômico sustentado para gerar emprego e renda. 2) A busca por uma Nação comprometida com os melhores e tradicionais valores sociais. 3) A eliminação dos chamados governos de coalizão com o consequente fim da corrupção sistêmica.
Legados
É inrreversível o descolamento da população diante do Eixo do Mal, do chamado Sistema, atacado durante todo governo Bolsonaro. Houve uma derrota numa batalha política incruenta, tudo por golpes baixos durante o processo eleitoral, mas não há derrota na guerra que continua. Ou o que significam os 1.200 presos políticos com seus grilhões eletônicos nos pés ? Como se viu e se vê, a repressão policial de 2013 e 2014, deu lugar à uma inacreditável repressão do estamento judicial, atual braço armado do Eixo do Mal, mas ninguém engole a volta ao Poder do Eixo do Mal e esta panela de pressão continua fervendo e vai destapar.
A Agência Brasil, governo lulopetista, até tentou analisar estes 10 anos de luta popular, mas a reportagem intitulada "Junho de 2013 foi marco no processo de criminalização de lutas sociais", prefere circunscrever os acontecimentos a mera questão de repressão policial da época, aliás, quando o PT era governo com Dilma. Um desatino ao suprimir o que aconteceu a partir dali, sequer tocando nos quatro grandes eixos políticos decorrentes: a deposição de Dilma Roussef, a prisão de Lula, a eleição de Bolsonaro e a entronização de Lula e do Eixo do Mal ao Poder.
É isto.
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