Artigo, J.R. Guzzo, Gazeta do Povo - Antissemitismo disfarçado

O mundo está vivendo a pior onda de antissemitismo desde a perseguição aos judeus na Alemanha de Hitler. Desta vez, vem disfarçado de apoio à “causa palestina”. Mentira: é antissemitismo puro. Esse surto de ódio vem sendo armado desde que as pessoas começaram a descobrir que podiam se comportar como nazistas sem correr risco. Ao contrário: o preconceito racial foi se tornando a atitude politicamente mais correta. 


Estrelas de David são pintadas em residências e imóveis de cidadãos de origem israelita


O sujeito podia ser antissemita dizendo que era “antissionista”, ou anti-Israel, ou anti-imperialismo – e a favor da “libertação da Palestina”, do Terceiro Mundo e do “campo progressista”. Depois do último ataque terrorista contra Israel, no qual 1,4 mil civis foram mortos, bebês assassinados e mulheres estupradas, o racismo antijudeu deu o seu maior salto desde o Holocausto. Israel reagiu, exercendo o seu direito à autodefesa. Imediatamente deixou de ser vítima e passou a ser acusado de agressor.


Israel está combatendo um grupo terrorista, o Hamas, que cometeu os crimes em massa do começo de outubro e prega o genocídio do povo israelense – diz que os judeus devem ser jogados coletivamente no mar e que o seu Estado tem de ser “extinto”. Por ter reagido à agressão com bombardeios e a invasão de Gaza, vem sendo denunciado por “genocídio”, por “crimes contra a humanidade”, por manter uma “prisão a céu aberto”, por massacrar civis e daí para baixo. 


Não se diz, nunca, que não haveria nenhum palestino morto se os terroristas não tivessem feito a chacina que fizeram contra Israel. Exige-se um “cessar-fogo” por parte de quem foi agredido – algo como exigir dos Estados Unidos um cessar-fogo em resposta ao ataque do Japão contra Pearl Harbour. Cobram “proporcionalidade”, quando o direito internacional determina que só pode ser considerada desproporcional a reação que ultrapassa os limites do seu objetivo estratégico. O objetivo de Israel é destruir o Hamas, para não ser destruído por ele – e é isso o que está fazendo.


Foi a oportunidade para se abrir a comporta do antissemitismo. Junto com as condenações a Israel, as cobranças de “paz” e os apelos humanitários, vieram as manifestações explícitas de ódio aos judeus. Gritos e cartazes de passeatas não ficam só no “antissionismo” – exigem que o mundo “se livre dos judeus”. Estrelas de David são pintadas em residências e imóveis de cidadãos de origem israelita. Atacam-se sinagogas. Passageiros de um voo internacional vindo de Israel sofrem tentativas de ataque. O que isso tem a ver com a “defesa do território palestino”? É racismo, de novo, e em escala mundial – agora com a máscara de uma “causa justa”.

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