Parceria com empresa sueca Saab prevê transferência de tecnologia e produção em solo brasileiro de 15 das 36 aeronaves acordadas com o país europeu
A inauguração da linha de produção do caça Gripen no interior de São Paulo, nesta terça-feira consolidou um marco na história da indústria aeronáutica brasileira. A fábrica da Embraer na cidade de Gavião Peixoto (SP) concretiza um dos maiores programas de transferência de tecnologia da história do país.
Em parceria com a empresa sueca Saab, a Embraer produzirá, com engenheiros e técnicos brasileiros, 15 das 36 unidades do Gripen. A linha de montagem é a única existente do caça fora da Suécia e abre portas para tornar o Brasil um centro de produção e exportação de aeronaves de caça.
A fábrica da Embraer passa a contar com o ecossistema completo para caças nas fases de desenvolvimento, testes e produção. Na unidade estão em funcionamento também o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen e o Centro de Ensaios em Voo.
O presidente da Embraer listou alguns dos benefícios da parceria. “Com essa linha que estamos inaugurando, um hub da Saab para produção e entrega de caças para toda a América Latina, geramos um círculo virtuoso de desenvolvimento que leva inovação e criação de conhecimento tecnológico, criando divisas, renda e emprego altamente qualificado e trazendo benefícios tangíveis ao Brasil”, afirmou João Bosco Costa Júnior.
SOBERANIA - O caça F-39 Gripen foi escolhido pelo programa FX-2. O contrato para o desenvolvimento e a produção de 36 aeronaves Gripen trouxe vários benefícios de longo prazo para o país e a inauguração da linha de produção é um importante marco.
HISTÓRICO -- A parceria representa um importante salto qualitativo e tecnológico, com alguns dos recursos embarcados até então inéditos para a FAB. A Embraer é, também, pioneira na operação da versão de dois assentos do caça, o Gripen F, desenvolvido conjuntamente pelo Brasil e pela Suécia.
O Programa Gripen Brasileiro teve início em 2013, quando a Saab venceu a concorrência do Programa F-X2, destinada à substituição da frota de aeronaves de caça da Força Aérea Brasileira (FAB). O contrato para o desenvolvimento e a produção de 36 aeronaves foi firmado em outubro de 2014.
A produção também impacta a indústria de defesa nacional, envolvida no processo de desenvolvimento de estruturas, sistemas aviônicos, produção, ensaios em voo e capacitação para apoiar, manter e modernizar essa frota pelas próximas décadas.
A previsão é de que em 2027 o último caça seja entregue. Atualmente, quatro dos aviões já estão operacionais na Base Aérea de Anápolis (GO) e outros dois chegaram ao país na sexta-feira da semana passada.
O Programa Gripen integra as ações voltadas para a renovação da infraestrutura das Forças Armadas do Brasil, processo que também conta com o projeto do submarino nuclear brasileiro, no Rio de Janeiro, e com o projeto do blindado Guarani.
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